Goodbye Pyongyang apresenta uma reflexão sobre o ato de ver e de acreditar, através de uma viagem fictícia à Coreia do Norte. A república é-nos apresentada através de um jogo visual que reflete o privilégio da fotografia de tornar visível o oculto, de oferecer certezas que fortalecem o nosso desejo de acreditar. Goodbye Pyongyang investiga exatamente essa força.

Segundo o filósofo alemão Martin Heidegger, a fotografia constitui um evento fundamental para a conquista do mundo. No entanto, esse ponto de apoio (que nos é oferecido) não pode ser encontrado na realidade, mas na sua reflexão artificial, na reprodução simbólica da imagem. A parceria entre realidade e verdade, tendo perdido a sua hegemonia, são intensamente questionadas por fotógrafos como Paulo Simão. Esse desafio às aspirações anteriores, à objetividade da fotografia, essa oferta de uma ilusão de realidade que trata o mundo como ficção, é precisamente um dos principais problemas abordados neste projeto.

Goodbye Pyongyang oferece ao observador a possibilidade de reconsiderar os seus códigos visuais e, ao mesmo tempo, permite um diálogo entre a imagem e o espectador. E é graças à fotografia, que testemunhamos como essa viagem fictícia, se tornou real.