Ricardo Geraldes
Nasceu em Lisboa em 1977.
Estudou fotografia na Escola de Artes Visuais Mausmaus (2002-2003), e na Escola de Comunicação e Artes Visuais Ar.Co (2003-2004).
Licenciado em Ciências da Comunicação, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humana (UNL), na área de Comunicação, Cultura e Artes.
Pós-graduação em Gestão e Curadoria da Informação, pela Faculdade de Ciências Socias e Humanas, incidindo a relação da Fotografia e o Arquivo, enquanto mnemotécnicas de construção do Sujeito.
Mestrando em Ciências da Comunicação, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (UNL), na área de Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias, com investigação conducente ao grau de Mestre, e sob orientação do Prof. Doutor José Bragança Miranda, com o título provisório "Imagens da Terra: Geoestética depois da fotografia"
Olhemos para a Terra, arcaica e concreta. Para lá da persistência humana sobre a sua extensão, a Terra manter-se-á a comunal superfície de retenção da história e a matéria de maior expressividade a que nos poderemos re-ligar. Neste início de Milénio, em que tudo aponta para uma completude, o solo do planete emerge enquanto verdade única. Friedrich Nietzsche encontrou na estética esse caminho, daí que exorte à saída da caverna e a tomar o mundo como um jardim. Inaugurava-se então uma geofilosofia; uma geoestética.
A proposta geoestética de Nietzsche, que é também a proposta geofilosófica de Gilles Deleuze e Felix Guattari, encara desta forma a Terra como um plano de imanência e não como um espaço de transcendência, com falsas aspirações e orientações teológicas, ou até ecológicas. Neste entender, o Homem, enquanto matéria ética (Deleuze), deverá procurar estabelecer uma relação com a Terra, não no princípio de sujeito-objecto, mas definindo o pensamento entre Terra e território.
Ou seja, se é na Terra que se produz toda a experiência, tudo o que nos rodeia deve ser encarado como matéria imanente - fonte de expressividade, enquanto força de ligação ao Uno. Será então na demanda desta expressividade não-humana, encarando a Terra como locus imanente, que procuro nortear a minha atenção.
Ricardo Geraldes