Rui Horta Pereira
Évora, 1975. Formado em Escultura pela FBAUL, desde 2000 que o seu trabalho se centra sobretudo na escultura e no desenho.
Tem realizado mostras individuais com regularidade e participado em mostras colectivas. Nos últimos anos obteve ainda apoios por parte de algumas entidades, das quais se destacam a Fundação Calouste Gulbenkian ou a DGArtes.
Está representado em algumas colecções particulares e públicas, de entre as quais: Fundação Carmona e Costa, Colecção Arte Contemporânea Tróia Design Hotel, Colecção Regina Pinho - Brasil, Colección Art Fairs SL - Espanha, Colecção Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian.
Exposições individuais seleccionadas:
2016
Hífen - Modo Composto, CaC em Ponte de Sor, Portugal; É, Fundação Carmona e Costa, Lisboa, Portugal;
2014
Turvo, Galeria 3+1, Lisboa, Portugal
2013
Around, Galeria Quadrum, Lisboa, Portugal
2011
Remanescente, Galeria 3+1, Lisboa, Portugal; O frágil culto do desenho, Torres Vedras, Portugal
2010
Tudo aquilo que cair da mesa para o chão, Quase Galeria, Porto, Portugal
2009
Linda Fantasia, Carpe Diem - Arte e Pesquisa / Fio de Mão, Espaço Avenida / Artificializar Giefarte, Lisboa, Portugal
Exposições colectivas seleccionadas:
2016
Portugal em Flagrante - Operação 1, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; Os Índios da Meia Praia, Galeria 111, Lisboa, Portugal
2013
Arco Madrid, Espanha
2012
MCM, Galeria Jose Robles, Madrid, Espanha
2010
Junho das Artes, Óbidos, Portugal
Nos últimos anos todo o meu trabalho plástico tem remetido para uma pesquisa sobre o desenho e sobre as estratégias que a ele conduzem. Estratégias conceptuais e técnicas que, em última instância, desembocam no desenho. Uma “encruzilhada” a tentar definir coordenadas e a tentar resolver uma questão principal: Porquê assumir só o desenho como o meu programa criativo?
À questão geral estão acopladas outras questões mais especificas mas fundamentais:
Um programa criativo que admite só desenho é capaz de se afirmar no contexto contemporâneo, e que veículos usa para aí participar, não de forma periférica, mas autónoma?
Que tipo de abordagem perceptiva específica o desenho utiliza, que o transforma em algo crucial e transversal à nossa compreensão do mundo?
Como suporta, o meu trabalho de criação de imagem, a carga ancestral que acompanha o desenho e de que forma consegue estabelecer uma relação com a actualidade? No que é que é inovador?
Que “contaminação” efectiva se verifica na produção criativa de imagens, quando se alteram substancialmente os locais e as referencias onde são produzidas?
Que tipo de alargamento o desenho admite? Tecnológico, técnico, conceptual? Existe uma fronteira necessária? Uma charneira? Um limite ou definição possível? Em que termos se concretiza?
Como é que se escava e aprofunda essa entidade que deambula entre a ideia e o objecto? Entre o banal e o sublime? A que chamamos desenho?
Interessa-me intimamente o processo que me conduz ao desenho, interessa-me particularmente revelá-lo; interessa-me compreender como o faço, porque o faço, mesmo que leve uma enormidade de tempo. Interessa-me essa intemporalidade. O desenho como um jogo de indícios parciais, sejam cronológicos, visuais, narrativos, abstractos. O desenho como um ritual.
Rui Horta Pereira